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Vídeo: módulo soviético Kosmos 482 cai na Terra após 53 anos no espaço

Publicado em 10/05/2025, às 18h37
Foto: Reprodução/X
Foto: Reprodução/X

Por Revista Galileu

A sonda Kosmos 482, um vestígio da era soviética que falhou em sua missão a Vênus, finalmente reentrou na atmosfera terrestre nesta madrugada de sábado (10/05), caindo no Oceano Índico, a oeste de Jacarta, na Indonésia. A agência espacial russa Roscosmos confirmou que a queda ocorreu sem danos, encerrando uma trajetória de 53 anos presa na órbita da Terra.

Algumas Horas antes da reentrada, o astrônomo Gianluca Masi, do Virtual Telescope Project, capturou uma imagem da Kosmos 482 cruzando o céu de Roma, na Itália, em sua última agem visível. Na foto, a sonda aparece como um rastro luminoso, um último registro antes de seu mergulho final.

"Ela entrava no campo de visão do topo e seguia em direção ao canto inferior direito", descreveu Mais em entrevista ao Space.com. A imagem, composta por quatro exposições, mostrava o rastro da sonda em traços descontínuos, um vislumbre simbólico de seu fim iminente.

Uma Missão Frustrada

A Kosmos 482 fazia parte do programa Venera, que enviou várias sondas para explorar Vênus na década de 1970. Lançada em 31 de março de 1972, ela deveria seguir o caminho da Venera 8, que pousou no planeta e transmitiu dados por 50 minutos antes de sucumbir ao ambiente hostil.

Porém, um defeito no foguete Soyuz que a lançou deixou a sonda presa em uma órbita elíptica ao redor da Terra, onde permaneceu por mais de meio século. Com o tempo, a resistência atmosférica a arrastou de volta, culminando na reentrada às 2h24 (horário de Brasília).

Esse equipamento espacial diferente dos satélites comuns, que se desintegram na reentrada, a Kosmos 482 foi projetada para sobreviver à atmosfera venusiana, muito mais densa e quente que a terrestre. Seu módulo de pouso, de 1 metro de diâmetro e 495 kg, provavelmente resistiu ao impacto.

O rastreador de satélites Marco Langbroek estimou que, se chegou intacto à superfície, a sonda atingiu o oceano a 240 km/h, com energia comparável à de um meteorito de 40 a 55 cm.

Veja abaixo o vídeo de espectadores que acompanharam a chegada do Kosmos, que sobrevou o céu em alta velocidade:

O Problema do Lixo Espacial

A queda da Kosmos 482 destaca um desafio crescente: o acúmulo de detritos orbitais. Atualmente, há 14.240 satélites em órbita, dos quais 11.400 estão ativos — a maioria parte da megaconstelação Starlink, da SpaceX. Empresas como Amazon (Projeto Kuiper) e China também planejam lançar milhares de novos satélites, aumentando o risco de colisões e quedas.

Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), três grandes pedaços de lixo espacial caem na Terra diariamente. Embora o risco direto seja baixo, o aumento no volume preocupa cientistas, que alertam para a poluição por metais na atmosfera, que pode danificar a camada de ozônio e os impactos climáticos devido a partículas liberadas na reentrada.

O Legado da Kosmos 482

Se recuperado, o módulo pertencerá à Rússia, conforme regras da ONU. Apesar de seu fim solitário, a sonda deixa um alerta: o espaço está cada vez mais lotado, e os resíduos de hoje podem se tornar riscos amanhã.

Enquanto a Kosmos 482 descansa no fundo do oceano, sua história lembra que, mesmo falhas do ado podem ensinar lições valiosas sobre o futuro da exploração espacial.

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