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Saiba quem são os principais compradores de 'bebês reborn'

Publicado em 23/05/2025, às 21h50
Foto: Ilustrativa/Freepik
Foto: Ilustrativa/Freepik

Por FolhaPress

Centenas de conteúdo nas redes sociais têm abordado a temática dos "bebês reborn" -bonecas realistas que imitam bebês-, nas últimas semanas, com críticas a mulheres que, supostamente, tratam as réplicas como crianças de verdade. Comentários de escárnio têm sido direcionados às colecionadoras desde então, e mesmo projetos de lei sobre o assunto foram criados. Artistas e colecionadoras afirmam, porém, que a polêmica é infundada, e tem base no machismo e em informações falsas.

Em um vídeo que ganhou milhares de visualizações no TikTok, uma influencer narra uma suposta ida ao hospital com seu bebê, Bento. A influencer, no entanto, já desmentiu o vídeo, explicando que simulou a situação mas, na verdade, foi visitar uma amiga que estava na maternidade.

Andrea Janaína, que trabalha com a arte reborn há oito anos e é organizadora de um encontro de artistas e colecionadoras em São Paulo, afirma que, em vários dos casos, trata-se apenas de encenação. "Muitas mulheres brincam de 'roleplay' com 'bebês reborn', a maioria são do TikTok e elas monetizam com isso. Aí elas criam toda uma rotina, como se tivessem cuidando do bebê, mas acabou aquilo ali, elas guardam dentro no guarda-roupas".

Alana Generoso, dona da "maternidade" de "bebês reborn" Alana Babys, afirma que, ao contrário da forma como tem sido tratado o assunto, a maioria dos clientes de sua loja são crianças. "Muitas mães entram lá dentro e falam: 'Filha, você era desse tamanho, era igualzinho essa bonequinha aqui'".

Esse é o caso da filha de Mayara Gimenez, Manu, de 12 anos. Por volta dos seis anos de idade, acompanhando vídeos de rotina de bebês reborn na internet, Manu pediu seu primeiro boneco realístico para a mãe. "Foi mais de um ano para comprar, porque era uma coisa meio fora da nossa realidade. Aí eu fiquei esperando o aniversário dela, a gente foi no shopping e tava tendo uma queima de estoque".

Para Alana, ter "bebês reborn" é uma prática lúdica saudável e que faz bem para a maioria das pessoas. "Acontece muito de a criança ter um irmãozinho que não pode ficar no colo, a mãe não deixa. Então a mãe vai lá e compra a boneca, porque pelo menos na boneca ela pode pegar". Alana também menciona o uso das bonecas em ONGs e com estudantes de medicina, por exemplo.

"No caso da Manu, eu acho bem saudável, ela sabe que é uma brincadeira, e eu prefiro que ela esteja interessada em brincar de boneca, em viver a infância dela. Ela senta, brinca e esquece do tempo", diz Mayara.

Bruna Gracioto, dona do ateliê Shop Bebê Reborn, também diz que tem crianças como principais clientes e afirma que, em todos os 12 anos em que trabalha com "bebês reborn", nunca viu uma adulta realmente tratar as bonecas como crianças.

"Isso foi criado a partir de uma história mal contada. Está crescendo muito o número de mulheres adultas que compram, mas todo mundo tem uma criança interior. Existem mulheres que até nunca tiveram uma boneca na vida porque não tinham dinheiro, e vão realizar esse sonho depois de adultas".

Outro público que consome "bebês reborn", segundo as artistas, são idosos. "Já recebi casal de idosos, com o marido dando de presente para a esposa, e foi uma emoção muito grande, porque é uma coisa lúdica. As bonecas ajudam na síndrome do ninho vazio, na solidão, na doença de Alzheimer, na depressão e ansiedade", afirma Bruna.

Janaína afirma que, depois da alta da temática nas redes sociais, tem recebido muitos comentários de ódio. "Isso também está repercutindo em nós, artistas. Estão indo no privado de algumas amigas minhas e ficam xingando. Hoje mesmo um homem que eu não conheço me mandou uma mensagem com uma clínica mental para mulher. Tem artistas que estão pensando até em abandonar a arte, porque isso virou um pesadelo."

Para ela, parte da polêmica ter ganhado corpo vem do ódio ao feminino. "Tem homens que colecionam carrinhos à gasolina, bonecos de Star Wars, e ninguém fala nada. Acho um absurdo, porque a mulher tem direito a colecionar também o que lhe convém."

Essa visão é compartilhada por Alana, que afirma: "É uma brincadeira em larga escala. Só que o fato de ser mulheres e adultas incomoda, porque o diferente incomoda o outro. Se fossem homens se reunindo e fazendo campeonato de pipa não haveria problema."

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