Tragédias causadas por desastres naturais têm normalmente consequências políticas imprevisíveis - as enchentes, principalmente, e as estiagens prolongadas são bons exemplos.
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Naturalmente que Alagoas e Maceió estão nesse contexto.
No momento atual, a bola da vez é Maceió, afetada por fortes chuvas desde o final de semana, gerando trasbordamento de riachos e córregos, alagamentos, entupimento de galerias pluviais e falta de energia elétrica, dentre outros efeitos.
A situação coincide com o desgaste do prefeito João Henrique Caldas (PL) por conta de alguns fatores circunstanciais.
Um deles é resultante de mais uma festa junina com artistas de cachês altíssimos e sem nenhuma vinculação com o tradicional estilo nordestino, que ganha maior dimensão justamente nessa época.
Outro é o afastamento do cotidiano da prefeitura para, pelo que se sabe, dedicar mais tempo a costurar um acordo em Brasília que possibilite a nomeação da sua tia Marluce Caldas, Procuradora de Justiça do Ministério Público em Alagoas, para uma vaga de ministra do Superior Tribunal de Justiça.
Por fim, como as redes sociais não perdoam e continuam independentes - para a contrariedade de relevantes figuras do Executivo e do Judiciário -, não faltam comentários associando o milionário investimento na "festa junina" com o drama que afeta a população prela chuva incessante dos últimos dias.
Para quem tem, como JHC, pretensões maiores para 2026, o momento atual é bastante difícil para seus objetivos, em que pese a excelente votação que obteve ao ser reeleito no ano ado e ter uma gestão muito bem avaliada - pelo menos até as pesquisas de dois meses atrás.
O eleitor é suscetível a oscilações de opinião e muitas surpreende - e isso tem de ser considerado pelo jovem prefeito de Maceió nas suas tomadas de decisão.
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