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Grande geleira do 'Juízo Final' corre maior risco de derreter do que cientistas acreditavam

Publicado em 22/05/2024, às 22h45
Foto: NASA/Jim Yungel
Foto: NASA/Jim Yungel

Por Estadão Conteúdo

A grande geleira Thwaites, conhecida como "Geleira do Juízo Final" e situada na Antártida, corre maior risco de derreter do que cientistas acreditavam. Água salgada e quente a por vários quilômetros abaixo dela, o que pode torná-la ainda mais vulnerável.

A conclusão faz parte de uma pesquisa realizada por uma equipe de glaciologistas da Universidade de Califórnia (Estados Unidos) e da Universidade de Waterloo (Canadá). O artigo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, na segunda-feira, 20.

A nova informação é alarmante porque o derretimento da Thwaites pode provocar um aumento de 65 centímetros do nível do mar.

De acordo com a pesquisa, água quente do oceano ganhou o às cavidades de geleiras por conta do aumento da intensidade de ventos vindos do oeste. Esses ventos, por sua vez, são resultado da combinação entre o rápido aquecimento global e o esfriamento da segunda camada da atmosfera na Antártida.

A água acumulada nas cavidades e dutos das geleiras cria pressão suficiente para elevar os blocos de gelo.

Outro ponto de preocupação é que a água salgada precisa de uma temperatura mais baixa para congelar do que a doce. Apesar da diferença não ser grande - a água doce congela a 0ºC enquanto a salgada a -2ºC - ela é suficiente para provocar grande derretimento das geleiras.

Os pesquisadores reuniram dados de março a junho de 2023 pela missão de satélites comerciais da Finlândia, ICEYE. A frota de satélites da missão forma uma constelação na órbita polar ao redor do planeta. Com a ferramenta, os pesquisadores puderam obter dados em longo prazo. Antes disso, eles tinham apenas informações esporádicas.

Com os novos recursos, foi possível concluir que a geleira apresenta um recuo de 0,5 km por ano. O dado é consistente com os 0,6km/ano observados entre 2011 e 2010 e é metade da taxa observada entre 1992 e 2011 de 1 km/ano.

O autor líder do estudo e professor da Universidade da Califórnia e cientista da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), Eric Rignot, acredita que o estudo irá trazer benefícios a longo prazo para modelos de interação entre o oceano e as geleiras.

"Se nós pudermos adicionar o processo destacado no artigo, que não é incluso na maioria dos modelos, as reconstruções devem concordar muito melhor com as observações", diz.

Os pesquisadores ainda não sabem quanto tempo pode levar até que a intrusão de água na Thwaites se torne irreversível. Eles pretendem aprimorar os modelos para poder predizer se é questão de décadas ou séculos.

Em 2019, uma pesquisa da Nasa encontrou uma caverna de 300 metros de altura que crescia no centro da geleira. O buraco era grande o suficiente para caber 14 bilhões de toneladas de gelo. Mas a maior parte dele havia derretido apenas nos últimos três anos

Derretimento de geleiras atinge recorde - Um relatório publicado em 2023 pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) indicou que a taxa de aumento médio do nível global do mar dobrou entre a década de 1993 e 2022 e a década encerrada em 2022, o que representa um recorde.

Além disso, 58% da superfície de do oceano experimentou ao menos uma onda de calor marinho em 2022. Esse número também ultraou os anos anteriores.

A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que o aumento do nível do mar significa uma sentença de morte para os países mais vulneráveis a esse crescimento. Quase 900 milhões de pessoas vivem em áreas costeiras baixas.

"As comunidades baixas e países inteiros poderiam desaparecer, o mundo testemunharia um êxodo em massa de populações inteiras em escala bíblica e a competição por água doce, terra e outros recursos se tornaria cada vez mais acirrada", afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

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