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Caso Ana Beatriz: exame de DNA confirma que corpo encontrado em Guaxuma é da adolescente

Publicado em 16/05/2025, às 10h31
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Por TNH1

O Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica confirmou, na manhã desta sexta-feira (16), que o corpo encontrado no bairro de Guaxuma, em Maceió, é de Ana Beatriz de Moura, de 15 anos. A identificação foi possível por meio da análise de DNA, que comprovou a compatibilidade genética entre o material biológico coletado do cadáver e as amostras fornecidas pela mãe e pela irmã da jovem.

Inicialmente, a Polícia Científica, por meio das equipes do Instituto Médico Legal (IML), tentou a identificação por outros métodos, como necropapiloscopia e análise da arcada dentária. No entanto, o avançado estado de decomposição impossibilitou esses procedimentos, exigindo o encaminhamento do caso para o Laboratório de Biologia e Genética Forense do Instituto de Criminalística de Maceió.

O perito criminal Clisney Omena, responsável pelo exame, explicou que, devido à condição do corpo, foi necessário adotar um protocolo mais complexo de extração do DNA, o que incluiu a incubação dos ossos em EDTA por cinco dias para desmineralização, antes da etapa final de eletroforese, que revelou o perfil genético da vítima.

“Em decorrência do estado avançado de degradação das amostras biológicas encaminhadas, decidimos fazer a extração pelo método orgânico, que demanda mais tempo para a sua execução, mas que é bastante eficaz na obtenção de resultados. Com a obtenção do perfil genético do cadáver e o confronto com os perfis genéticos obtidos das amostras de referência dos familiares, temos a identificação inequívoca de que o corpo encontrado é de Ana Beatriz, contribuindo de forma decisiva para a investigação policial e permitindo à família da vítima o encerramento de um ciclo de sofrimento”, explicou Omena.

Cronologia dos exames

No dia 3 de maio de 25, quando o corpo deu entrada no IML de Maceió, a primeira tentativa de identificação se deu através da avaliação necropapiloscópica, ou seja, pelas impressões digitais, realizada por um papiloscopista do Instituto de Identificação. Porém, o resultado ficou prejudicado por conta do avançado estágio de putrefação, não sendo tecnicamente possível a coleta de material papiloscópico viável para confronto.

Dois dias depois, em 5 de maio, a perita odontolegista Luiza Justo, recebeu da até então suposta família da vítima, uma documentação odontológica, contendo o registro de dois procedimentos realizados em dentes decíduos, uma restauração e uma exodontia.

Também foi apresentada uma fotografia dela sorrindo, com o intuito de auxiliar na comparação odontológica por meio da análise da linha do sorriso e de elementos dentários visíveis.

Mas, diante da ausência de dados cronológicos e detalhamento técnico, a documentação odontológica mostrou-se insuficiente para subsidiar uma análise comparativa confiável para a identificação. E a fotografia em que a suposta vítima aparece sorrindo apresentava baixa resolução, além de iluminação inadequada e ângulo desfavorável, o que resultou em visualização limitada dos dentes.

Mesmo assim, o trabalho antropológico de avaliação dentária realizado pela odontolegista Luiza Justo conseguiu identificar que o corpo periciado apresentava idade biológica jovem, compatível com a adolescência. 

A perita descreveu no laudo que o achado é compatível com indivíduos na faixa etária de aproximadamente 11 a 16 anos, a depender do ritmo de desenvolvimento individual.

Diante da possibilidade do corpo encontrado ser de Ana Beatriz de Moura, o IML seguiu com o Protocolo Operacional Padrão (POP) do órgão para identificação de corpos. A Polícia Científica realizou a coleta de amostras biológicas de familiares para referência e do próprio cadáver para realização do exame comparativo de DNA no Laboratório de Biologia e Genética Forense do ICM que, antes do prazo previsto, concluiu a análise e emitiu o laudo.

Com a conclusão do exame e o laudo positivo, a identidade do corpo foi oficialmente confirmada como sendo de Ana Beatriz e a família e a delegacia responsável pela investigação foram comunicadas do resultado. A causa da morte segue sendo investigada pelo Laboratório de Química e Toxicologia Forense.

Confira, abaixo, tudo o que se sabe sobre o caso:

O dia do desaparecimento

Ana Beatriz foi vista com vida pela última vez no dia 8 de abril. Segundo a delegada Talita Aquino, a adolescente disse à família que teria aula nos dois turnos no Ifal e que deixaria a instituição às 16h30 — o que já foi desmentido pela investigação.

A Polícia Civil apurou que ela saiu da escola por volta do meio-dia através de um mototaxista por aplicativo, com destino ao bairro Garça Torta para se encontrar com o suspeito do crime, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. O homem é casado e pai de três filhos.

Ana Beatriz ainda combinou com o namorado, identificado como Diogo, para que fosse buscá-la no Ifal no final da tarde. No horário, o rapaz tentou entrar em contato com a namorada, mas não obteve mais resposta. Foi então que a família, preocupada, registrou um boletim de ocorrência.

A família achou estranho, porque não era costume dela ficar sem avisar e sem retornar para casa. Entraram em contato com esse rapaz [o namorado], que informou que Ana Beatriz não estava com ele. E aí começou a preocupação", informou a delegada.
Desde então, a adolescente não foi mais vista. O mototaxista chegou a ser ouvido pela polícia e afirmou ter apenas cumprido a corrida solicitada pelo aplicativo.

Quem é o suspeito preso?


As investigações apontam como principal suspeito o homem, de 43 anos, com quem Ana Beatriz iria se encontrar no dia do desaparecimento. Segundo a polícia, ele atuava como caseiro em um sítio.

A delegada contou que, no dia do sumiço, o suspeito pediu a um conhecido que fizesse um PIX para Ana Beatriz com o valor necessário para a corrida do Ifal para a Garça Torta, local onde os dois iriam se encontrar. Para justificar o pedido, ele mentiu dizendo que o dinheiro seria para uma de suas filhas comprar um lanche na escola.

Foi verificado que ela recebeu um PIX. Em diligências, nós conversamos com o rapaz [que realizou a transferência], que nos informou que o suspeito teria solicitado a ele que fizesse esse PIX, alegando que o dinheiro seria para a filha pagar um lanche na escola. Na verdade, aquele PIX seria para Ana Beatriz pagar um mototaxista para poder se encontrar com ele [o suspeito].” (delegada Talita Aquino)

O homem foi preso preventivamente no dia 12 de abril. Durante o interrogatório, ele não itiu participação no caso. Foram feitas buscas na residência onde o homem morava, mas que não encontraram provas.

Falsa gravidez pode ter motivado o crime

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que uma falsa gravidez possa ter motivado o crime. A gestação já foi descartada após análise da Polícia Científica.

Estudantes do Ifal e amigas próximas da jovem relataram à polícia que Ana Beatriz dizia estar grávida, que sabia o sexo do bebê e que estaria “feliz” com a gestação.

Porém, quando conversamos com a família dela, ninguém tinha conhecimento desse fato", disse a delegada. Ainda de acordo com Aquino, é possível que a adolescente tenha contado ao suspeito que estaria grávida, o que teria motivado uma reação violenta por parte dele.

"Acreditamos que a vítima pode ter simulado uma gravidez e, ao contar ao suspeito, ele pode ter se desesperado e ter dado um fim a vida dela”, afirmou.

Apesar dos boatos que chegaram à polícia, o exame de necrópsia no corpo encontrado descartou qualquer indício de gestação. A polícia também buscou informações com unidades de saúde para saber se Ana Beatriz chegou a dar entrada para ser atendida por algum profissional de saúde.

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