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A psicóloga alagoana Karllene Farias viveu momentos de tensão durante o grande apagão que atingiu diversos países da Europa, entre eles Espanha, Portugal, França, Polônia e Finlândia, na última segunda-feira (28). Ela estava em Barcelona, na Espanha, acompanhada do marido e dos dois filhos pequenos, quando a energia elétrica e a internet foram interrompidas sem aviso prévio, afetando aeroportos, transportes, comércios e sistemas de comunicação.
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“Chegamos ao aeroporto por volta das 15h e o caos já era visível. Os elevadores estavam parados, as filas para transporte e para sacar dinheiro eram imensas. Nada de cartão, nada de internet”, relatou Karllene.
Uma viagem em família que virou lição de resiliência
A viagem tinha como propósito principal o batizado do sobrinho, que vive na França, onde mora o irmão da psicóloga. A partir dali, a família aproveitou para conhecer outros países da Europa — Portugal, Holanda e Bélgica — até chegar à Espanha, último destino do roteiro.
Já em Barcelona, o trajeto do aeroporto até o hotel, que normalmente duraria cerca de 20 minutos, levou várias horas. “Consegui um motorista por aplicativo graças a um raio de sinal de internet que não durou muito. Mas só funcionou com a opção em dinheiro. Foi um alívio. Era um paquistanês muito gentil, quase guiando com mapa manual, tamanha a dificuldade de se locomover sem energia. Os meninos até dormiram no carro durante o trajeto”, contou.
Apesar do cenário incerto, Karllene fez questão de manter a tranquilidade, especialmente por causa das crianças. “Eles sabiam que algo estava errado. Mas lidamos com leveza, sem terrorismo e sem ansiedade. Isso fez toda a diferença.”
Solidariedade e aprendizados em meio ao escuro
No hotel, a ausência de luz e elevador obrigou a família a subir três andares com as malas no escuro. Já nas ruas, buscar algo para comer virou uma missão. “Quando encontrávamos algum local aberto, as mesas tinham apenas copos de chope, sem comida alguma”, lembrou. Até que localizaram um pequeno café ainda funcionando.
“O garçom avisou logo: só aceitamos dinheiro e o valor da conta precisa ser exato, pois não temos troco. Graças a Deus, tínhamos”, relembra. O momento acabou se tornando um raro respiro. “Brincamos, comemos, bebemos e conversamos sobre empatia, consciência ambiental e saúde mental. Foi uma oportunidade, no meio do caos, para ensinar sobre resiliência.”
Com os filhos, Karllene traçou um plano: retornar ao hotel antes das 20h30, já que em
Barcelona escurece por volta das 21h. “Aproveitaríamos o friozinho dos 12, 13 graus para
dormir sem ar-condicionado”, conta. Antes de voltar, a família ainda encontrou uma padaria
quase fechando. “Conseguimos comprar alguns croissants. Ao deixar o troco como gorjeta,
mais um exemplo de que gentileza gera gentileza: até no meio do caos, ganhamos uma
bruscheta.”
A energia só voltou já no fim da noite. “Na volta para o hotel vimos as luzes acendendo e
ouvimos as pessoas comemorando nas janelas. Foi um alívio imenso.” No total, foram oito
horas e meia sem energia. “E mais uma lição de que o mundo não tá nem aí para a nossa
programação”, refletiu a psicóloga.
Saúde mental em tempos de crise
Conhecida pelo trabalho com gestantes, tentantes e mães no projeto Mamãe Resiliente, Karllene é terapeuta, palestrante e aproveitou a vivência como um exemplo concreto de equilíbrio emocional.
“Essas situações mostram que o que nos sustenta é a forma como reagimos. E, principalmente com filhos por perto, nossa regulação emocional influencia diretamente a maneira como eles vão lidar com tudo isso.”
Acostumada a imprevistos, ela já enfrentou um furacão em alto-mar durante um cruzeiro e foi impedida de embarcar em outro. Agora, soma mais um episódio à coleção. “Já tá bom, né?”, brincou.
*Estagiário sob supervisão
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